Lya, a fundadora de Humanity Himalayan Mountains, é portuguesa e visitou pela primeira vez o Nepal em 2005, país que desde logo a fascinou pelas paisagens exuberantes, a riqueza da cultura e a afabilidade do povo simples que, apesar das enormes dificuldades do dia a dia, próprias de um país do terceiro mundo, um dos mais pobres do planeta, se apresenta de semblante calmo e alegre. Ao experimentar um pouco deste quotidiano simples e humilde junto de várias famílias que a convidaram para suas casas e que partilharam consigo o pouco que tinham, logo percebeu que com alguma ajuda do “mundo ocidental” muito poderia ser feito para melhorar a vida daquela gente, atingida pela pobreza. Viu assim a possibilidade de uma troca gratificante, por assim dizer entre um mundo mais material e outro mais espiritual. Famílias do sul do país que apoiou desde então, e que moravam em zonas frequentemente atingidas por cheias, puderam deste modo construir as suas casas em locais mais seguros e melhorar o seu nível de vida. Lya regressaria ao Nepal em 2010 na sequência de um périplo pelo sudeste asiático e de uma pausa prolongada no trabalho que lhe permitiu passar cinco meses por ano naquele país nos quatro anos que se seguiram. O Nepal surgia como o lugar ideal para se deter na sua longa viagem “incógnita” e se dedicar a outros interesses, como foi o caso do voluntariado. Foi então assim que se deparou com um orfanato local que atravessava grandes dificuldades e complicações na sua curta existência e que, após o seu período de voluntariado, ela própria passou a apoiar nunca se tendo desligado até hoje daquelas crianças e da mulher nepalesa que delas cuidava. No entanto, estas não foram as únicas crianças que apoiou mas também outras que visitou em aldeias remotas, de montanha, a maioria das quais órfãs de pai ou mãe. Sendo professora de profissão, o seu intuito é proporcionar a estas crianças pobres, de castas baixas, desfavorecidas pela vida e pela sociedade, uma educação condigna que lhes possa trazer um futuro mais brilhante. Fez uso do seu blogue de viagens (Viagem Incógnita) para despertar atenções para estes problemas e recolher donativos entre os amigos. Não só colocou crianças na escola como ajudou várias escolas de meios rurais, muitas vezes construídas inteiramente pela comunidade circundante e sem qualquer ajuda estatal. Também por ser fã das artes, procura dar algum apoio a artistas nepaleses usando as suas obras para angariar fundos, ao mesmo tempo que contribui para a divulgação do seu trabalho.